Deus nos dá a graça de termos n’Ele a nossa fé e esperança. A esperança nos conduz, nos motiva, nos alenta, nos dá forças! Afinal, ter esperança significa termos expectativas sobre o futuro, paciência enquanto o aguardamos, desejarmos os benefícios que estão associados a esse futuro e confiarmos nas promessas divinas. Por isso, a esperança vem ancorada na fé, pois a fé é a convicção de acreditarmos naquilo que não vemos nem tocamos, mas podemos senti-la em nosso relacionamento com Deus, através de um processo dialogal que se chama oração.
Temos, nestas quatro semanas vindouras, a graça de podermos trilhar um caminho aberto por Deus, o qual devemos percorrer de corpo e alma! Isso significa sabermos aproveitar desse kairós, palavra grega que significa “tempo oportuno”, “ocasião privilegiada para acontecer algo importante”. Todo tempo é oportuno para aqueles que têm fé, que acreditam em Deus! Por isso, recordamos o profeta Isaías (35,3) que nos diz:“Fortaleçam as mãos cansadas e firmem os joelhos cambaleantes. Digam aos corações desanimados: Sejam fortes! Não tenham medo!”
Viver este advento de 2021 é dar ressignificação a todo tipo de sofrimento que nós, a nossa cidade, o nosso país e o nosso mundo experimentaram e continuam a experimentar desde o início dessa terrível pandemia de Covid-19! Portanto, não podemos ficar parados e esperar as coisas acontecerem ou se resolverem por si mesmas! Somos chamados, por Deus e pelo nascimento de seu Filho, a esperançar este nosso mundo! Isso mesmo, esperançar é mais do que ter esperança, algo um tanto passivo! Esperançar é ter a iniciativa, a coragem de fazer a diferença em um mundo tão desigual e tão injusto quanto o nosso!
Vale a pena, aqui, lembrar o que nos diz Papa Francisco em sua Encíclica Fratelli Tutti (Todos Irmãos), em seu parágrafo 88: «A partir da intimidade de cada coração, o amor cria vínculos e amplia a sua existência, quando arranca a pessoa de si mesma para o outro. Feitos para o amor, existe em cada de nós uma espécie de “lei de ‘êxtase’: sair de si mesmo para encontrar nos outros um acréscimo de ser.”».
É preciso ficar bem claro o seguinte: se não estiver fundamentada em Deus e em suas promessas, a esperança é fútil, especialmente se for depositada em meios humanos de realização. Por isso, Jesus é o mestre da esperança! É dele e com Ele que aprendemos a confiar, mesmo contra todas as evidências! Em 2022, a Campanha da Fraternidade nos estimulará a ingressarmos nessa escola de discipulado, nessa escola de missionários do reino que desejam esperançar o mundo. O tema será “Fraternidade e Educação”, e o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Pr 31,26). Este próximo ano também nos trará o desafio de aprendermos a ter as mesmas opções e espiritualidade de Cristo, à luz do Evangelho Segundo Lucas.