VOCÊ AINDA TEM SONHOS?

Vivemos um tempo de desequilíbrio da natureza, com grandes secas, enchentes, nevascas, tufões.

Coluna Notícias da Diocese por Dom Reginaldo Andrietta em 14 de janeiro, 2022 14h01m
Padre Antônio de Jesus Sardinha, vigário geral da Diocese de Jales
Padre Antônio de Jesus Sardinha, vigário geral da Diocese de Jales

Vivemos um tempo de desequilíbrio da natureza, com grandes secas, enchentes, nevascas, tufões. A sociedade, por sua vez, com pandemias, esconde as desigualdades sociais, o desemprego, os sistemas econômicos perversos, o trabalho que remunera mal e cria a indignidade, em países e até Continentes. Essa civilização falida se revela com migrações e guerras por todas as partes.  É possível sonhar um mundo diferente?

O Dia Mundial da Paz, dia de Ano Novo, foi instituído pelo Papa Paulo VI em 1967. Em sua 55ª edição, eis a mensagem do Papa Francisco: “Educação, trabalho, diálogo entre as gerações: instrumentos para edificar uma paz duradoura.” Como pode a Educação construir uma paz duradoura? O trabalho responde às necessidades vitais do ser humano em termos de justiça e de liberdade? As gerações são solidárias entre elas? Acreditam no futuro?

Na Solenidade de Cristo Rei, o Papa Francisco presidiu a Eucaristia por ocasião da 36ª Jornada Mundial da Juventude.  O Papa, na sua homilia, valoriza o sentido de sonhar. “Um jovem que não seja capaz de sonhar, coitado, envelheceu antes do tempo. Sonhai, sede diligentes e olhai para o futuro com coragem. Obrigado por todas as vezes que cultivais o sonho de fraternidade, por todas as vezes que levais a sério as feridas da criação.”

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“Obrigado quando lutais pela dignidade dos mais frágeis e propagais o espírito de solidariedade e da partilha; e obrigado porque, num mundo que tende a sufocar os grandes ideais, não perdestes a capacidade de sonhar. Muitos dos vossos sonhos correspondem aos do Evangelho. A fraternidade, a solidariedade, a justiça, a paz são os mesmos sonhos que Jesus tem para a humanidade”.

A Encíclica Laborem Exercens, o Trabalho Humano, número 6, afirma que Jesus realiza o trabalho pela libertação e dignidade integral da pessoa humana.Trabalho aqui se associa a sonho, a ideal, a utopia. De outro lado, do fruto do trabalho deve emergir o bem comum, que contém a justiça e a dignidade da vida humana. No entanto, o trabalho tem se tornado um instrumento de exploração e sofrimento das pessoas.

As gerações precisam interagir mais, no amor, no altruísmo, no compromisso, na verdade, na busca de um mundo novo. É preciso superar o egoísmo, que conduz à dominação, à exploração. O Rei Jesus não veio para dominar com espadas, com cavalos de guerra, mas reinar com amor, com a doação de vida, pela verdade, justiça e paz. Pare de fabricar armas. Pare de comprar armas. Seja jovem e sonhe criticamente uma Civilização do Amor.

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