12 de Julho, 2025 12h07mArtigo

De Francisco a Leão

O mês de abril de 2025 foi, não só para a Igreja, como para o mundo, um mês de muitas emoções e acontecimentos, detendo a atenção sobre a questão da Igreja, além dos momentos sublimes da Liturgia, onde se celebrou o Mistério Pascal de Jesus, sua Pai

O mês de abril de 2025 foi, não só para a Igreja, como para o mundo, um mês de muitas emoções e acontecimentos, detendo a atenção sobre a questão da Igreja, além dos momentos sublimes da Liturgia, onde se celebrou o Mistério Pascal de Jesus, sua Paixão, Morte e Ressurreição. O Povo de Deus (a Igreja) acompanhou seu pastor, Papa Francisco, num período de convalescença e internação. Acompanhou com esperança e fé sua recuperação, na qual, no Domingo de Páscoa, com sua bênção Urbi et Orbi - ainda que sussurrando as palavras -, trouxe um ar de alegria que deixou o Domingo de Páscoa ainda mais festivo.

Na manhã da segunda-feira da oitava de Páscoa, diante da notícia da morte de Papa Francisco, a Igreja passou por dias de profunda tristeza e também esperança. Tristeza pela morte do querido Papa Francisco, que, com seus 12 anos de Pontificado, marcou a Igreja com características e projetos profundos. Podem-se observar alguns pontos como: desde pessoalmente uma vida sóbria e com a necessidade de proximidade e relações pessoais; abriu os olhos da Igreja, que necessita abraçar e acalentar pobres, doentes e sofredores (como afirmou em sua primeira Encíclica Evangelii Gaudium 49: “prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas...). Uma reflexão profunda sobre a casa comum; a economia de Francisco; a constante oração e denúncia contra as guerras e investimentos ilícitos com armamentos. Foi um pontificado atento aos sinais dos tempos, com a coragem de continuar nos trilhos do Concílio Vaticano II e ser uma Igreja Sinodal missionária.

Esperança, que se conecta com o tema do ano: Peregrinos de Esperança neste Ano Jubilar; Esperança com a eleição do cardeal Robert Francis Prevost como novo Papa, assumindo o nome de Leão 14. Um nome que o próprio papa explicou como uma inspiração pessoal o Papa Leão 13, citando sua Encíclica Rerum novarum, que “a Igreja enfrentou a questão social no contexto da primeira grande revolução industrial; e, hoje, a Igreja oferece a todos o seu patrimônio de doutrina social para responder a uma nova revolução industrial e aos desenvolvimentos da inteligência artificial”.

O novo Papa em si também é sinal de esperança, norte-americano de nascimento, mas com uma pastoral reconhecidamente latino-americana (sobretudo com o Peru). 

Matemático, agostiniano, apresenta um olhar de abertura para o mundo, verificado já em seu primeiro discurso, sublinhando o tema da paz e da construção de pontes e, ainda, uma Igreja que caminhe junto e aberta a todos, ou seja, uma Igreja sinodal e missionária. 

De Francisco a Leão, pode-se tomar um princípio de teologia da continuidade e descontinuidade. Continuidade sendo uma Igreja sinodal, que caminha junto, dialoga e aberta a todos. Com um discurso firme que se posiciona contra a guerra, propondo “uma paz desarmada e desarmaste”. Todavia, veremos suas novidades, ou descontinuidade. O novo papa tem seu direito e terá a possibilidade de mostrar seu próprio modo de governar. E as novidades já começaram: mais silencioso, tímido; com olhar atento; vêem-se lágrimas de emoção que não se seguram ou se escondem; o papa já visitou, por duas vezes, o túmulo de seu predecessor, Papa Francisco; teve experiência pastoral e curial, poderá mover-se e continuar propondo reformas e mudanças.

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Sobre a proteção da Virgem Maria, mãe da Igreja, Papa Leão apresentou a Igreja “como arca de Salvação e que oferece luz às noites escuras do mundo”. Vida longa ao Papa Leão 14.

Dr. Pe. Edvagner Tomaz da Cruz

Reitor do Seminário da Diocese de Jales

Pároco da Paróquia São Luiz Gonzaga, de Fernandópolis/SP

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