Vitor Inácio Fernandes da Silva, Assessor de Comunicação da Diocese de Jales e jornalista das rádios Assunção e Regional FMs
Todos os meses os cristãos ao redor do mundo são convidados a rezar juntos por uma intenção em conjunto com o Papa Francisco. Em setembro, com destaque para o grito da Terra, que segundo o Papa “tem febre e está doente, como qualquer doente”. Este é mais um apelo feito pelo Pontífice pelo cuidado com a casa comum e a criação. A insistência do Papa em abordar a temática e chamar a atenção para as catástrofes ambientais está intimamente ligada aos sofrimentos que muitos povos têm enfrentado.
São furacões, incêndios, maremotos, secas, derretimento das geleiras e diversas outras situações que podemos recordar. Em nossa realidade estamos mais uma vez em um período de seca extrema, com qualidade do ar em níveis críticos, regiões como o Pantanal e Amazônia com secas jamais registradas. Também recordamos que em outros momentos do ano, vidas são perdidas pelas ocorrências de inundações. O chamado do Papa Francisco para o cuidado com a criação está mais perto e presente em nossa realidade que podemos imaginar.
Estamos vivenciando o chamado “Tempo da Criação”, este é um período em que a Igreja, busca um diálogo ecumênico e um compromisso conjunto em prol a criação. Começou no dia 1º de setembro, com o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, e termina no dia 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis, o padroeiro da ecologia.
O “Tempo da Criação” acontece com três eixos: oração, sustentabilidade e mobilização profética. A oração deve nos proporcionar momentos de reunião para rezar por nossa casa comum. Pela sustentabilidade, devemos criar projetos que possam ajudar no cuidado com a criação. E com a mobilização profética, defender a justiça climática, compreendendo que as decisões políticas definem a qualidade de vida de nossa sociedade.
Na mensagem divulgada pelo Papa Francisco para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, somos convidados a realizar uma avaliação de como estamos cuidando de nosso meio ambiente e a relação com a nossa fé. “A salvaguarda da criação não é apenas uma questão ética, mas é eminentemente teológica: na realidade, diz respeito ao entrelaçamento entre o mistério do homem e o mistério de Deus. Esperar e agir com a criação significa, então, viver uma fé encarnada, que sabe entrar na carne sofredora e esperançosa das pessoas, partilhando a expectativa da ressurreição corporal a que os fiéis estão predestinados em Cristo Senhor”, escreveu o Papa.
Que possamos reconhecer as maravilhas da criação, contemplando tudo o que foi criado por Deus e agirmos como cristãos autênticos no cuidado e proteção da casa comum. Inspirados pelo “Tempo da Criação” que compreendamos a nossa responsabilidade em cuidar melhor do que Deus nos confiou.
Jales, 5 de setembro de 2024.