
Vivemos num mundo muito acelerado e agitado onde a falta de tempo se tornou parte de nossa rotina. Infelizmente, junto a isso, uma situação ainda não totalmente superada é o isolamento, reflexo da Covid. Outra situação é o excesso de uso de redes sociais, pessoas criaram seu pequeno mundo particular e perderam o prazer e a alegria de viver em comunidade e partilhar, isso trouxe sequelas, o aumento dos males da ansiedade, depressão, entre outros.
Por outro lado deste isolamento, vemos muitas pessoas participando de eventos religiosos online, tudo isso realmente é muito bonito, vivendo sua fé particular em suas casas. Porém, isso precisa nos levar a refletir: e a vivência cristã no dia a dia? E os frutos de toda essa fé?
“Os cristãos leigos e leigas que vivem sua fé no cotidiano, nos trabalhos de cada dia, nas tarefas mais humildes, no voluntariado, cuja vida está escondida em Deus, são o perfume de Cristo, o fermento do Reino, a glória do evangelho. Eles se santificam nos altares do seu trabalho: a vassoura, o martelo, o volante, o bisturi, a enxada, o fogão, o computador, o trator”. (CNBB, Doc 105, 2016,nº 35 p. 28).
Essa reflexão vem de encontro com a celebração da vocação para os ministérios e serviços na comunidade deste Mês Vocacional de 2025, que celebramos neste domingo, dia 24 de agosto. Nós leigos e leigas nos abastecemos de Cristo nas missas e precisamos viver essa missão tão urgente no mundo: ser sal e luz, parar de olhar somente para os problemas de nossas paróquias e apresentar soluções, mas assumirmos o que é nosso.
Os desafios atuais são muitos, temos que ser a Igreja em saída que tanto o Papa Francisco nos pediu, ir ao encontro do outro, se articular e propor melhores ações nas políticas públicas e sociais como apresenta a Doutrina Social da Igreja, levar o alimento físico e espiritual, acolher com caridade e misericórdia o pobre, o enfermo, o vizinho, o colega de trabalho. Fazer do verbo “escutar” uma prática diária, porque só assim conseguiremos entendendo as necessidades de nossos irmãos e irmãs e ser a presença viva de Cristo na vida de cada um deles.
Nossa mentalidade deve ser de “criar pontes”, cultivando diálogo com o clero, entendendo a atuação e responsabilidade de cada um. Essa é a nossa vocação: dar testemunho de Cristo através de nossos comportamentos e ações.
A missão pede que nós leigos e leigas, juntos com o clero, estejamos unidos para bem cumprir o propósito da implantação do Reino de Deus, promovendo a renovação espiritual, a conversão e a reconciliação neste ano jubilar.
Ouroeste/SP, 17 de agosto de 2025
Michael Coldibeli Campos,
membro do Conselho Diocesano de Leigos da Diocese de Jales