Causada pelo protozoário Leishmania, a leishmaniose é uma doença que pode prejudicar o bem-estar e a saúde do pet, assim como do tutor. Em casos mais graves ou que não são tratados, a doença pode causar a morte de um paciente infectado.
A campanha Agosto Verde-Claro alerta para a conscientização e prevenção da leishmaniose. O g1 conversou com uma especialista para identificar como cuidar de pets infectados e as melhores formas de prevenção.
Segundo o Ministério da Saúde, a leishmaniose é uma zoonose, ou seja, uma infecção capaz de ser transmitida entre animais e seres humanos, uma vez que um pet contaminado se torna um "reservatório" da doença, principalmente os cães.
A veterinária Yasmin Harumi, de Itapetininga (SP), explica que a doença pode se apresentar como visceral ou tegumentar, através da picada da fêmea de um mosquito chamado flebotomíneo, popularmente conhecido como mosquito palha.
Conforme o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), as leishmanioses são consideradas infecções de transmissão essencialmente silvestre, limitadas a áreas rurais e a pequenas localidades urbanas, podendo apresentar mudanças no padrão de transmissão devido as modificações socioambientais, como desmatamento e o processo migratório das pessoas.
Dados do CVE, apresentam que 20 casos e 2 óbitos por leishmaniose visceral foram registrados em humanos no estado de São Paulo este ano, além disso, também houveram 60 casos de leishmaniose tegumentar.
"A transmissão acontece quando as fêmeas infectadas picam os cães ou gatos e depois picam os humanos. Em lugares com altos números de animais infectados e mosquito palha, há maior risco de contaminação", destaca a veterinária.
Leishmaniose visceral e tegumentar
A veterinária enfatiza que a leishmaniose pode ser assintomática, mas alterações dermatológicas são as manifestações clínicas mais comuns em pacientes.
"Na forma visceral, os animais podem apresentar hipertermia, anemia, alteração em órgãos como fígado, baço, rim, perda de peso, vômitos e diarreias, alterações oculares, crescimento incoordenado das unhas, entre outros", explica.
Na forma tegumentar, segundo Yasmin Harumi, a doença costuma apresentar lesões ulcerativas na face, orelhas ou nos membros e regiões interdigitais dos pets. São lesões na pele e ou mucosas, que podem ser únicas, múltiplas, disseminadas ou difusas.
Tratamento e prevenção
Ainda conforme o Ministério da Saúde, apesar de grave, a leishmaniose tem tratamento para os humanos, é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), porém, os medicamentos utilizados não eliminam por completo o parasita nas pessoas e nos cães.
"O tratamento seria uma associação de medicamentos, mas depende de alguns fatores como o estado imune do paciente e o diagnóstico precoce da doença. O veterinário clínico deve avaliar periodicamente o paciente e fazer uso de inseticidas tópicos para prevenir a transmissão da doença além de todo o tratamento" declara a veterinária Yasmin.
A prevenção da leishmaniose é parecida com as formas de prevenção da proliferação de outros mosquitos transmissores de vírus e se dá partir da conscientização das pessoas. A limpeza de quintais, terrenos, recipientes de ração e água dos animais é indispensável, explica a veterinária.
Evitar o acúmulo de lixo orgânico e organizar o descarte correto, também ajuda a prevenir o mosquito, assim como evitar conviver em locais propícios para ele.
Yasmin ainda acrescenta que o uso de coleiras repelentes ou inseticidas em animais pode reduzir a exposição aos insetos.