Na travessia desses tempos nebulosos, a ciência pode ser nossa luz, aliás, como sempre foi, desde a época em que o homem abandonou as cavernas guiado pela estrela da sabedoria. Essa luz que hoje conhecemos como Razão é acesa pela nossa disposição em pesquisar. Desse modo, o pensamento racional conduz o futuro da humanidade. Fazer pesquisa nos leva a descobertas, traz soluções e melhorias para o homem. Por esse princípio, o respeito a ciência é, também, o respeito a vida. Lamentavelmente, as paixões políticas, o negacionismo, a intolerância, a arrogância, a má fé e a ingenuidade convergem para interesses escusos que nos aproximam dos talibãs mundo afora.
Portanto, na contramão da Razão está o dogma. A pandemia desnudou a pseudo intelectualidade, revelando dogmatismos até então ocultos. Enquanto isso, o senso comum atônito se apegou a “verdades” divinas. A inundação de Fake News nas mídias sociais se revelou tão pandêmica quanto o Covid/19. Na angústia, diante da vida ameaçada pela turbulência que atrevamos, somos sobreviventes.
No entanto, a celebração da vida e tudo que contribui para sua preservação deve ser buscada. Esse é o principal papel do Ensino Superior: formar pessoas capacitadas para nos libertar do senso comum e promover o espírito crítico, dotados de condições para discernir conhecimento científico de crendices e assombrações dogmáticas.
Foi com esse propósito que nos dias 11 e 12 de agosto o Programa de Iniciação Científica da UNIJALES (PIC), vinculado a Diretoria de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão, promoveu o IV Fórum Científico, “Respeitar a Ciência é Respeitar a Vida”. O Fórum é resultado da preocupação em se construir uma reflexão sobre os desafios da pesquisa, bem como de preparar o jovem pesquisador para a missão de produzir conhecimento e fazer a diferença na sociedade.
Sendo assim, foi com o objetivo de dialogar com as diversas áreas do conhecimento e, ao mesmo tempo, debater amplamente os desafios de se fazer pesquisa na conjuntura atual, que bolsistas do PIC (programa de Iniciação Científica), universitários que estão finalizando o TCC e convidados renomados na produção acadêmica, realizaram o IV Fórum Científico Do Centro Universitário de Jales. Cerca quase 500 se inscreveram para o evento realizado por meio da plataforma digital Microsoft Teams.
O destaque deste ano foi a participação da Doutora em Enfermagem pela USP, Daniele Alcalá Pompeo e atualmente coordenadora do Mestrado em Enfermagem da FAMERP, que enfatizou a importância do TCC. Segundo Pompeo, é preciso desmistificar o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), pois ele é a primeira pesquisa que realizamos de fato, é por meio de sua excussão que aprendemos fazer pesquisa.
Durante a apresentação dos 15 trabalhos selecionados, ficou evidenciado que o interesse em pesquisa é o principal caminho para o sucesso no mercado de trabalho. Impulsionados pelas preocupações atuais, saúde e bem-estar social predominaram enquanto objetos de estudos, indicando a busca por respostas sobre o que mais assombra a humanidade neste momento.
Apesar dos obstáculos, conforme pontuados no início deste texto, a busca por novas descobertas é gratificante e necessária. Conforme destacou a Dra. Daniele Pompeo, “não basta ficar com o que recebemos da graduação, é preciso buscar mais, pois o conhecimento muda ao longo do tempo”.
O Fórum ressaltou que que fazer Ciência não é um privilégio apenas dos grandes centros e universidades. O estudo deve estar incorporado ao nosso cotidiano, valorizando o respeito aos métodos científicos capazes oferecer as respostas que almejamos. Viva a Ciência!