
Caros irmãos, somos chamados a redescobrir, em cada tempo da história da Igreja, a força evangelizadora que brota de Cristo, o enviado do Pai ao mundo como sinal do amor salvífico e misericordioso para com a humanidade. Nossa vocação cristã encontra seu centro nessa missão de ser sinal vivo da presença de Cristo entre os homens.
Desde o seu nascimento em Belém até a entrega total na cruz, Cristo viveu em missão. Ele não se enclausurou no céu, mas desceu, encarnou-se, habitou entre nós e saiu ao encontro de cada pessoa, anunciando o Reino, acolhendo os pequenos, curando os doentes, consolando os aflitos e salvando os pecadores. Seu estilo de vida é o modelo de todo cristão que procura viver com proximidade, escuta, compaixão e anúncio.
A missão de Cristo não terminou com sua vida terrena, mas continua na Igreja, que é o seu Corpo. A Igreja existe para evangelizar, para continuar levando ao mundo a Boa Nova que salva, anima e transforma. Somos como discípulos missionários, chamados a sair de nossos lugares seguros para ir ao encontro daqueles que ainda não ouviram a Palavra, que vivem como ovelhas sem pastor.
Essa missão não é de alguns, mas de todos. Cada batizado é um enviado. A paróquia, a comunidade, a diocese, cada expressão da Igreja local precisa se entender como um campo missionário. Quando uma Igreja local perde o sentido da missão, perde também sua identidade mais profunda. Por isso, somos convidados a despertar do comodismo pastoral e assumir com coragem o mandato de Jesus: “Como o Pai me enviou, também Eu vos envio”.
Sabemos que a missão nasce do encontro pessoal com Cristo. Ninguém pode anunciar verdadeiramente o que não vive. Por isso, somos chamados a cultivar em nosso cotidiano uma espiritualidade missionária, feita de oração, escuta da Palavra e serviço. A missão não é ativismo nem mera estratégia pastoral: é resposta de amor a um Deus que primeiro nos amou e nos enviou.
Ele convida nossa Igreja local a ser viva na missão, assim como vivenciamos nesta semana missionária ocorrida na Paróquia missionária, a Catedral Diocesana, entre os dias 20 e 26 de julho. A missão não é um peso, mas uma alegria; não é uma obrigação, mas uma resposta agradecida.
Peçamos à intercessão da Virgem Maria, primeira missionária do Evangelho, que levou Cristo no ventre e no coração até a casa de Isabel. Que ela nos inspire a viver com generosidade e esperança o envio missionário que nos é confiado. Que nossas palavras e ações revelem sempre o rosto misericordioso e próximo do Cristo missionário, que não se cansa de sair ao encontro da humanidade.
João Vitor Fakine da Silva
4º ano de Teologia
Paróquia Santa Luzia - Palmeira d'Oeste/SP