13 de Agosto, 2021 16h08mColuna Notícias da Diocese por por Dom Reginaldo Andrietta

Agosto Lilás

A cada ano, cerca de 1,3 milhão de mulheres são agredidas no Brasil, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Marijara Aparecida Neves Paulino - Agente Pastoral da Diocese de Jales, Estudante do 4º ano de Serviço Social
Marijara Aparecida Neves Paulino - Agente Pastoral da Diocese de Jales, Estudante do 4º ano de Serviço Social

A cada ano, cerca de 1,3 milhão de mulheres são agredidas no Brasil, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Violência contra a mulher é crime. Agosto é um mês simbólico na luta para acabar com essa violência. É o “Agosto Lilás”, nome da campanha de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher, que visa divulgar a Lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, bem como sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre o necessário fim da violência contra a mulher, divulgar os serviços especializados da rede de atendimento à mulher em situação de violência e os mecanismos de denúncias existentes.

O artigo 2º dessa Lei afirma que “toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social”. O artigo 7° menciona cinco tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial. Essas formas de agressões são complexas, perversas, não ocorrem isoladas umas das outras e tem graves consequências para a mulher. Qualquer uma delas constitui ato de violação dos direitos humanos e deve ser denunciada.

Maria da Penha é símbolo da luta contra a violência doméstica e de gênero. Ela foi casada com um homem violento que a agredia constantemente, ficando paraplégica após tomar um tiro dele em uma das terríveis sessões de torturas e agressões a que era submetida. Em seu livro, “Sobrevivi... posso contar”, de 1994, ela se refere à violência quase invisível, “que é o preconceito contra as mulheres, desrespeito que abre caminho para atos mais severos e graves contra nós”.

Publicidade

Segundo ela, “apesar de nossas conquistas, mesmo não tendo as melhores oportunidades, ainda costumam dizer que somos inferiores, e isso continua a transparecer em comentários públicos, piadas, letras de músicas, filmes ou peças de publicidades. Dizem que somos más motoristas, que gostamos de ser agredidas, que devemos nos restringir à cozinha à cama ou às sombras”. Nossa sociedade, ainda patriarcal, legitima, banaliza, promove e se silencia diante da violência contra a mulher. A mudança de mentalidade e o combate aos estereótipos de gênero é uma maneira de enfrentar e não tolerar mais esses tipos de agressões.

Após muita luta, no último dia 29 de julho foi sancionada a Lei 14.188/2021 que cria o programa Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica e Familiar. Esse programa prevê, entre outras medidas, que a letra X, preferencialmente vermelha, escrita na mão da mulher, funcione como um sinal de alerta sobre violência em curso. O texto também inclui no Código Penal (Decreto-Lei 2848, de 1940) o crime de violência psicológica contra a mulher, que pode ocorrer por ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularizarão, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro método. A pena é de seis meses a dois anos e multa.

O combate à violência contra a mulher é dever de todos. Muitas mulheres sofrem violência e não têm consciência. Coopere e transforme essa realidade! Denuncie! Ligue 180! “Agosto Lilás”: um mês, uma cor, uma luta. Quando a violência termina, a vida recomeça

Publicidade

Dom Reginaldo Andrietta

Batizado na Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, Pirassununga, no dia 16 de junho de 1957. Crismado na Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, Pirassunuga, no dia 27 de maio de 1962. Primeira Eucaristia na Paróquia Santo Antonio, Pirassununga, no dia 17 de junho de 1965. Ordenado Diácono na Igreja São Luiz Gonzaga, Paróquia São Benedito, Americana – SP, no dia 19 de outubro de 1982. Ordenado presbítero na Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, Pirassununga, no dia 18 de março de 1983. Foi nomeado Bispo para a Diocese de Jales, pelo Papa Francisco, no dia 21 de outubro de 2015. Sua ordenação Episcopal foi realizada no dia 27 de dezembro de 2015, em Americana, SP, na Basília Santuário Santo Antonio de Pádua. Sua posse na Diocese de Jales ocorreu no dia 31 de janeiro de 2016. Seu lema Episcopal é: “A Serviço do Bem Comum”