
A sustentabilidade e a proteção do meio ambiente deixaram de ser apenas uma preocupação ética ou social e se tornaram pilares estratégicos dos negócios modernos. O mercado, antes impulsionado quase exclusivamente pela busca de lucro, evoluiu para um panorama em que a responsabilidade ambiental e a criação de valor sustentável são determinantes de sucesso.
Empresários e gestores em diversos setores têm entendido que a incorporação de práticas sustentáveis é, além de benéfica para o planeta, também lucrativa, mesmo que sua atividade principal não esteja diretamente ligada ao meio ambiente.
Estamos vivendo uma revolução silenciosa: consumidores, investidores e governos em todos os continentes estão exigindo ações reais, mensuráveis e tangíveis em relação à sustentabilidade. Trata-se de uma demanda estrutural que redefine a maneira como os negócios são conduzidos.
Um levantamento global realizado pela Nielsen apontou que 73% dos consumidores estão dispostos a mudar seus hábitos de consumo para reduzir os impactos negativos ao meio ambiente. Já um estudo da Accenture revelou que 62% dos investidores consideram a sustentabilidade um fator decisivo ao escolher empresas para investir. Esses números mostram que a sustentabilidade impacta diretamente o comportamento do mercado, alterando as prioridades e forçando as empresas a repensarem a forma como operam.
A sustentabilidade é uma alavanca eficaz para o crescimento econômico dos negócios. Por meio de ações sustentáveis, se reduzem custos operacionais e desperdício; investimentos em eficiência energética e gestão de recursos, reutilização de água, tudo se reflete em economia. E vai além: atitudes sustentáveis se refletem em uma cadeia de supply com as mesmas características e, ao final, na fidelização de clientes mais conscientes.
Novos modelos econômicos, como a economia circular, estão emergindo e revolucionando indústrias, que estendem o ciclo de vida de seus produtos, reduzindo desperdícios e maximizando os recursos. No setor de facilities, no qual atuo, vai além: envolve pessoas, humaniza a pauta e cria cultura.
Olhando para o panorama global, é evidente que o futuro pertence a empresas -independentemente de serem grandes corporações ou pequenas startups -, que conseguirem alinhar seus objetivos financeiros às demandas ambientais e sociais. Cada vez mais, a sustentabilidade deixa de ser um diferencial competitivo e passa a ser um pré-requisito para operar.
A sustentabilidade é muito mais do que uma estratégia de negócio indispensável, é uma oportunidade de transformação. E as empresas que se adaptarem a essa nova realidade estarão posicionadas para liderar. Aqueles que ignorarem as demandas ambientais e sociais, por outro lado, correm o risco de ficarem para trás em um mundo que já abraçou a sustentabilidade como o caminho inevitável. O tempo de agir é agora!
Anderson Beck, Diretor de Administração e Planejamento Grupo Orbenk, especialista em carreiras.