O mês de setembro é dedicado ao alerta à população sobre a doença de Alzheimer com a campanha Setembro Roxo. No Hospital de Base (HB), de São José do Rio Preto/SP, todos os anos, são diagnosticados em média 190 novos pacientes.
A doença é um dos tipos mais comuns de demência que, em geral, ocorre em idosos com mais de 65 anos, embora haja casos com pessoas mais jovens e causa problemas de memória, linguagem, pensamento e comportamento.
O Prof. Dr. Fábio Nazaré, neurologista chefe do departamento de transtornos cognitivos (ATCOG) do Hospital de Base e professor da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp) explica como minimizar as chances de ser acometido com a doença. “Até a doença se instalar plenamente leva cerca de 25 anos. Por isso, é necessário ao longo dos anos cuidar bem da pressão arterial, do diabetes, praticar atividade física, além de cessar o tabagismo e o consumo de álcool. A medida em que o cérebro envelhece, menor é a resiliência cerebral, capacidade de se adaptar e encontrar novos caminhos neuronais para realizar a mesma atividade, aumentando as chances de demências”, afirma.
O especialista ressalta ainda que o uso de medicação é apenas sintomático e não cura a doença. “O tratamento da doença de Alzheimer é feito por meio de medicação que age melhorando os sintomas da doença por um período de tempo, porém não tem potencial de paralisar ou reverter o quadro. O paciente não volta a ser como era antes no mesmo patamar cognitivo”, disse o Prof. Dr. Fábio Nazaré.
No Brasil, um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revelou que ao menos 1,76 milhão de brasileiros com mais de 60 anos vivem com alguma forma de demência, um conjunto de enfermidades sem cura que, por mecanismos diferentes, causam a perda progressiva das células cerebrais e levam à incapacitação e à morte. A previsão é que chegue a 2,78 milhões no final desta década e a 5,5 milhões em 2050 de acordo com o estudo.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o crescimento acelerado da população idosa no Brasil, as previsões do instituto são de que, em 2030, haverá mais brasileiros com idade superior a 60 anos do que crianças.
Ambulatório de Transtornos Cognitivos
A Funfarme conta atualmente com equipe multiprofissional com médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, geriatras, enfermeiros e técnicos de enfermagem para o atendimento aos pacientes que chegam ao HB regulados pelos serviços hospitalares dos 102 municípios da região. O ambulatório atende em média 20 pacientes todos os meses que recebem avaliação, diagnóstico da doença de Alzheimer e plano de tratamento completo para realização no município de origem e retornos em caso de necessidade.