18 de Junho, 2021 11h06mColuna Notícias da Diocese por por Dom Reginaldo Andrietta

COEXISTIR DE MODO SOLIDÁRIO

As condições atuais do Brasil e do mundo demandam-nos intensa solidariedade.

Dom Reginaldo Andrietta, Bispo Diocesano de Jales
Dom Reginaldo Andrietta, Bispo Diocesano de Jales

As condições atuais do Brasil e do mundo demandam-nos intensa solidariedade. A quantidade de desempregados, trabalhadores informais e famílias em condições de precariedade e fome neste país, é altíssima. A solidariedade é fundamental, sobretudo neste contexto. Por coerência com os valores cristãos que permeiam nossa cultura, ela é imprescindível. Conforme o Evangelho de Mateus 25,31-46, Cristo a apresenta como critério de salvação, referindo-se ao “juízo final”.

Esse “juízo” se realiza na história, no momento presente, que é o último de nossa vida, pois não temos garantia de poder estar vivos nos minutos seguintes. As nações reunidas diante de Cristo indicam o conjunto da sociedade, em juízo. Aos que o acolheram nos sofredores, ele os chama de benditos e concede-lhes seu Reino. Trata-se de um julgamento sobre nosso modo coletivo de vida, que coloca em questão nossos relacionamentos e nosso modelo de sociedade.

A seguinte interpretação que ouvi de membros da Juventude Operária Católica (JOC) sobre o “juízo final”, no contexto de vida da juventude trabalhadora, é aqui significativa: “As nações serão reunidas diante de Cristo: brasileiros, japoneses, franceses, sul-africanos, americanos, enfim, todos, cristãos e não cristãos, de todas as classes sociais. Ele dirá aos que tiverem sido solidários: venham benditos de meu Pai, recebam em herança o Reino que lhes foi preparado, porque:

Eu estava cego, mudo, paralisado e vocês me acolheram e me ajudaram, possibilitando-me um novo destino. Então, os justos, admirados, dirão: Quando o vimos assim e o socorremos? Ele lhes responderá: eu estava cego nos milhões de jovens trabalhadores do mundo, sem enxergar a realidade da sociedade, sem consciência de meus direitos, sem oportunidades, alienado, deprimido, sem encantamento com a vida e sem coragem até mesmo para me expressar.

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Eu estava sofrendo nos milhões de jovens trabalhadores desempregados, excluídos e discriminados do Brasil, da Nigéria, do Paquistão, e vocês me ajudaram a conseguir trabalho, defender minha dignidade e continuar minha formação. Eu estava faminto nos milhões de jovens africanos, haitianos e indianos. Eu tentava, enfim, sobreviverem muitos países, com um salário de miséria, e vocês se organizaram comigo para conquistar melhores condições de vida.

Cada vez que vocês lutaram para romper esses mecanismos de morte e defenderam a vida dos jovens trabalhadores e trabalhadoras do Brasil e do mundo, foi a mim que vocês acolheram, a mim vocês serviram, foi comigo que vocês se solidarizaram.” Essa forma de Jesus se apresentar no “juízo final” nos faz compreender a íntima relação entre o amor a Deus e ao próximo que sofre, bem como a íntima relação entre sociedade justa, solidária e fraterna, e o Reino de Deus.

Legitimar formas injustas de vida em sociedade é desprezar o Reino de Deus. Como, então, tornar realidade e expandir esse Reino, especialmente neste tempo de direitos sabotados? Jesus aponta o caminho: “O tempo já se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e acreditem no Evangelho” (Mc 1,15). Só participará em seu Reino quem coexistir de modo solidário. Se assim não vivemos, convertamo-nos! Se assim o Brasil e o mundo não são, transformemo-los!

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Dom Reginaldo Andrietta

Batizado na Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, Pirassununga, no dia 16 de junho de 1957. Crismado na Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, Pirassunuga, no dia 27 de maio de 1962. Primeira Eucaristia na Paróquia Santo Antonio, Pirassununga, no dia 17 de junho de 1965. Ordenado Diácono na Igreja São Luiz Gonzaga, Paróquia São Benedito, Americana – SP, no dia 19 de outubro de 1982. Ordenado presbítero na Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, Pirassununga, no dia 18 de março de 1983. Foi nomeado Bispo para a Diocese de Jales, pelo Papa Francisco, no dia 21 de outubro de 2015. Sua ordenação Episcopal foi realizada no dia 27 de dezembro de 2015, em Americana, SP, na Basília Santuário Santo Antonio de Pádua. Sua posse na Diocese de Jales ocorreu no dia 31 de janeiro de 2016. Seu lema Episcopal é: “A Serviço do Bem Comum”

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