02 de Julho, 2021 12h07mColuna Notícias da Diocese por por Dom Reginaldo Andrietta

AS HUMANIDADES, NA PANDEMIA

Há muito o que se dizer sobre a pandemia de Covid-19, o assunto não se esgotará, não por hora com certeza, pois atingimos

Pe. Eduardo Lima, Paróquia Santo Expedito – Fernandópolis
Pe. Eduardo Lima, Paróquia Santo Expedito – Fernandópolis

Há muito o que se dizer sobre a pandemia de Covid-19, o assunto não se esgotará, não por hora com certeza, pois atingimos a marca das mais de 500 mil mortes/ausências, no Brasil. A ciência responde prontamente essa doença, nunca tantos trabalharam tanto para salvar vidas. Ciência e Saúde estão muito bem definidas, defendidas, aclamadas por todos os Homens de boa vontade. Há um aspecto que precisa ser trazido à luz: o importante papel das Ciências Humanas – as Humanidades, nesse processo de adoecimento mundial. O conhecimento sobre a condição humana, necessidades da sociedade, as diversas problemáticas educacionais, ambientais, sociais, culturais, artísticas, religiosas, políticas e filosóficas que a pandemia produziu, além da óbvia: saúde.

Análise cronológica dos grandes momentos de doenças devastadoras da história humana, nos remete a Peste de Atenas- séc. V a. c., a Peste Antonina - séc. II, a Peste Justiniana - séc. VI, a Peste Bubónica ou Peste Negra - 1347 a 1351, a Gripe Espanhola - séc. XX, além de varíola, gripe, VIH,Ébola, e mais recentemente, os surtos de síndrome respiratória aguda grave SARS – 2012 e COVID-19, revela a grande capacidade adaptativa do Homem, no reagir, resistir e superar, provocando ajustes importantes e profundos no estilo de vida.

As Humanidades, da história à arte, há espaço de estudos para entender e lidar com a pandemia.  Transformações sociais e o impacto na população, compreender a consternação da comunidade em luto, a perda de renda por conta do desemprego, os novos desafios agregados à educação, a mudança de comportamento necessária para a prevenção e controle da doença, as anormalidades sociais, as questões ambientais, o processo em que o indivíduo se solidariza, em um mundo doente.

Na contemporaneidade, conhecimentos que não possuem aplicação evidente, são considerados inúteis. Essa visão prejudica o olhar para as mazelas sociais e a compreensão da vida em sociedade, elementos fundamentais para a construção de uma sociedade justa, democrática e igualitária.

Publicidade

Margaret Mead, antropóloga, considerou o primeiro sinal da civilização sendo um fêmur de 15.000 anos. Esse osso apresentou evidências que havia sido quebrado e cicatrizado. Em sociedades sem os benefícios da medicina moderna, leva cerca de seis semanas de descanso para a cicatrização de uma fratura. Um osso fraturado era uma sentença de morte àquela época, já que deixava vulnerável o indivíduo aos predadores e não poderia se alimentar, caçar, procurar água. Se esse fêmur teve tempo para se curar é porque alguém o acolheu, cuidou, providenciou comida, abrigo. Segundo Margareth Mead ajudar, apoiar alguém durante a dificuldade é onde a civilização começa.

“Quem canta seus males espanta”, expressão do poeta romano Virgílio, citada depois em Dom Quixote de Cervantes. A música é considerada como a arte mais antiga e primitiva de todas. Em noite especialmente fria e chuvosa lá na reserva indígena de Dourados/MS, perguntei para algumas crianças, como lidavam com a situação e a resposta foi tocante: “nós cantamos”. O que remete a Friedrich Nietzsche: “Somente a arte pode transfigurar a desordem do mundo em beleza e fazer aceitável tudo aquilo que há de problemático e terrível na vida”.

As Ciências Humanas trazem um conhecimento para a vida, a análise crítica e questões relacionadas à sociedade, à cultura e à humanidade, tão necessárias, uma vez que o Coronavírus não é uma questão apenas biológica, mas também social.

Publicidade

Dom Reginaldo Andrietta

Batizado na Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, Pirassununga, no dia 16 de junho de 1957. Crismado na Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, Pirassunuga, no dia 27 de maio de 1962. Primeira Eucaristia na Paróquia Santo Antonio, Pirassununga, no dia 17 de junho de 1965. Ordenado Diácono na Igreja São Luiz Gonzaga, Paróquia São Benedito, Americana – SP, no dia 19 de outubro de 1982. Ordenado presbítero na Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, Pirassununga, no dia 18 de março de 1983. Foi nomeado Bispo para a Diocese de Jales, pelo Papa Francisco, no dia 21 de outubro de 2015. Sua ordenação Episcopal foi realizada no dia 27 de dezembro de 2015, em Americana, SP, na Basília Santuário Santo Antonio de Pádua. Sua posse na Diocese de Jales ocorreu no dia 31 de janeiro de 2016. Seu lema Episcopal é: “A Serviço do Bem Comum”

Notícias relacionadas

Judocas de Jales Brilham na 3ª Fase do 2º Circuito de Judô São Paulo

A Associação de Judô Jalesense, em parceria com a Prefeitura de Jales, por meio da Secretaria de Esportes e Juventude, esteve presente na cidade de Cedral-SP, no último dia 30 de novembro, com uma

07 de Dezembro, 2024