UM MODO DE SER IGREJA, A SINODALIDADE

Nos dias 09 e 10 de outubro deste ano, deu-se em Roma a abertura do caminho sinodal, com a finalidade de preparar e fazer acontecer mais um Sín

Coluna Notícias da Diocese por Dom Reginaldo Andrietta em 18 de outubro, 2021 16h10m
Pe. Edvagner Tomaz da Cruz Doutor em Teologia Dogmática
Pe. Edvagner Tomaz da Cruz Doutor em Teologia Dogmática

Nos dias 09 e 10 de outubro deste ano, deu-se em Roma a abertura do caminho sinodal, com a finalidade de preparar e fazer acontecer mais um Sínodo, que finalizará em outubro de 2023. Este Sínodo tem características muito próprias: primeiro, porque será descentralizado, com um processo a ser realizado em três instâncias; segundo, a temática é de grande valor pastoral e teológico: “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”.

O caminho sinodal acontecerá em três instâncias de reflexão, até 2023. A primeira delas e, pode-se dizer a mais importante, porque é a base de consulta com um grande exercício de escuta, se dará nas Igrejas Particulares, ou Dioceses de todo o mundo. Com abertura neste domingo, dia 17, o processo de escuta se estenderá até março de 2022.

As Dioceses são convidadas a realizar uma assembleia pré-sinodal, momento de encontro com sua realidade eclesial e oferecer suas contribuições às Conferências Episcopais de seu país. Estas são a segunda instância, assim, num processo participativo, recolhidos os resultados, então, as Conferências farão uma síntese e entregarão à Comissão Especial para o Sínodo, a fim de que se prepare um Documento de trabalho.

O Papa Paulo VI, antes de terminar o Concílio Vaticano II, ouvindo o clamor dos padres conciliares em manter viva a chama da partilha, da experiência colegial experienciada durante o Concílio, instituiu o que chamamos de Sínodo. No aniversário de 50 anos desta instituição, o Papa Francisco afirmou que “é precisamente este caminho de sinodalidade que Deus espera da Igreja do terceiro milênio”, ou seja, para ele, a sinodalidade “é dimensão constitutiva da Igreja (cf. Discurso de 17/10/2015).

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A palavra Sínodo vem do grego Syn-hodos que significa “caminhar juntos” ou “fazer juntos um caminho”. Deste significado, que parece simples na sua compreensão, mas comprometedor e difícil para se colocar em prática, decorre o modo de ser da Igreja. A sinodalidade na Igreja Povo de Deus, “manifesta e realiza concretamente o ser comunhão no caminhar juntos, no reunir-se em assembleia e no participar ativamente de todos os seus membros em sua missão evangelizadora” (cf. Comissão Teológica Internacional, 2018).

O Papa Francisco, desde o início de seu pontificado, vem se esforçando para colocar a Igreja nos trilhos da sinodalidade. Não é um caminho novo, contudo uma exigência atual de se retomar este caminho. Ser uma Igreja sinodal não é apenas um slogan ou uma metodologia de projeto a ser executado, mas é a essência da Igreja.

A Igreja é comunhão, é escuta (uma escuta recíproca em que cada qual tem algo a oferecer e a receber, a compartilhar e a aprender) e ela é e se faz como um caminhar junto. A sinodalidade é uma prática eclesial de comunhão, por isso mesmo, em sua essencialidade está o modelo Trinitário. A Igreja vive a exemplo da comunhão da Trindade Santa. O decidir caminhar conjuntamente é essencial num caminho de amor e de doação, conforme a proposta de Cristo, uma possível escolha oferecida a todos os batizados.

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