A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recolheu e proibiu a comercialização de lotes falsificados de Durateston®, um dos medicamentos mais utilizados para reposição hormonal de testosterona, alertando os consumidores a sempre procurarem estabelecimentos confiáveis para adquirir remédios, solicitar nota fiscal e, neste fármaco, antes de ingerir o comprimido, confirmar na bula se é da farmacêutica Aspen Pharma.
O fato é que a notícia acendeu novamente o tema considerado repleto de tabus e dúvidas por muitos homens: a reposição hormonal masculina, que nada mais é do que a administração de hormônios que estão deficientes devido alguma situação que levou suas glândulas a produzirem uma quantidade menor do que o necessário para o bom funcionamento do organismo.
No caso, o hormônio presente nos homens, e que os levam a procurar o urologista, é a testosterona. O médico urologista Heleno Diegues Paes explica quando sua reposição deve ser feita. “A reposição de testosterona é indicada para quem apresenta sintomas da sua deficiência e comprovação laboratorial de que os níveis estão baixos. Não há uma idade certa para isto ocorrer, nem ocorrerá em todos os homens. Mas é mais comum com o envelhecimento”.
O reconhecimento da baixa dosagem de testosterona no sangue acontece quando indivíduos apresentam sintomas da sua deficiência. Mas, o Dr. Heleno ressalta que o exame não é indicado como check-up em indivíduos saudáveis e assintomáticos, já que isso poderá levar a resultados falso-positivos e risco de tratamentos desnecessários.
“Os sintomas da testosterona baixa são diminuição do desejo sexual, ganho de peso, cansaço, astenia, sonolência, depressão, perda de massa muscular, diminuição da densidade óssea e diminuição da velocidade de crescimento dos pêlos corporais. Em qualquer um desses casos é indicado acender o alerta e procurar um urologista”.
Após constatada por um profissional qualificado a necessidade da reposição hormonal masculina, existem diversas apresentações possíveis das medicações com testosterona. As mais comuns são as injetáveis, de aplicação intramuscular, e as transdérmicas, na forma de gel. Mas existem também comprimidos, adesivos cutâneos, intranasal e implantes subcutâneos. E qual a melhor maneira? O especialista é bastante claro: “é aquela que seja mais cômoda, tenha menos efeitos colaterais e preço compatível com sua realidade financeira, ou seja, cada pessoa terá uma forma melhor para si mesma. Isso será decidido entre o paciente e o médico”.
Homens jovens que possuem deficiência de testosterona geralmente são inférteis. Para quem pretende manter um potencial reprodutivo, o tratamento precisa considerar a existência de uma reserva testicular que permita a espermatogênese. Agora, se existir essa reserva, o urologista afirma que o tratamento não deverá ser feito com uso de testosterona, mas de gonadotrofinas, que são hormônios derivados da hipófise que estimularão o funcionamento dos testículos. Ele lembra, ainda, que homens saudáveis que usam testosterona com finalidade estética, visando o anabolismo, fatalmente terão um prejuízo na fertilidade.